O Pisco está para os chilenos assim como a Cachaça está para os brasileiros. Mesmo com tanta fama no país andino, a aguardente a base de uva ainda é pouco consumida por aqui. Para mudar esse cenário, o ProChile – Escritório Econômico e Comercial do Chile no Brasil reuniu imprensa e convidados para uma degustação exclusiva da bebida.
O evento aconteceu na noite de ontem, 21 de agosto, no renomado Dalva e Dito, e contou com a presença de produtores e de Maria Julia Riquelme, Diretora do ProChile. O Cozinhar, Comer e Beber esteve presente e pode provar essa bebida tão querida pelos chilenos.
Entre os produtores participantes estava Chañaral de Carén, Bauzá, Cobernardor, Waqar e a Capel que apresentou o seu Capel Sour. Uma versão do famoso drink Pisco Saur, preparado com pisco e suco de limão natural, já pronto para beber. Os convidados também puderam acompanhar um workshop com o mixologista do Dalva e Dito Murilo Gomes Rodrigues.
Super versátil, a bebida pode ser tomada pura, como aperitivo ou shot, e também serve como ingrediente para a elaboração de diversos drinks. Além do já citado Pisco Sour (com suco de limão, açúcar, gelo e angostura), Murilo preparou para os convidados o Priprioca,uma criação que leva Pisco, Licor 43, maracujá. limão siciliano, essência de priprioca e hortelã.
Mas afinal, o que é Pisco?
Pisco é uma bebida de alto teor alcoólico à base de uva —elaborada a partir da destilação do vinho. Só recebe essa denominação destilados produzidos nas regiões ríos Copiapó e Huasco, no Atacama; e nos vales de Elqui, Limarí e Choapa, em Coquimbo, na região norte do Chile. Qualquer outro destilado chileno produzido fora destas regiões não pode ser chamado de Pisco. Essa denominação de origem, a mais antiga da América, é datada de 1931, e estabelece as regiões de procedência e características dos destilados que poderão ser identificadas como Pisco no país.
Considerado um patrimônio histórico, cultural e produtivo das regiões de Atacama e Coquimbo, sua produção conta com 4 grandes fases: cultivo e colheita das uvas pisqueiras; vinificação para fins pisqueiros; destilação do vinho para a obtenção do pisco; e envase para o consumo. Pode ser produzido em duas versões: Pisco Branco/Transparente e Pisco Envelhecido.
A diferença entre eles é a passagem do Envelhecido em barris de madeiras nobres, onde repousa por 540 dias. Com isso, os elementos presentes no barril se combinam com os aromas primários da bebida, obtendo-se uma mescla harmônica. Já o Branco, por não ter passagem por barrica, mantem a transparência e expressa as características de cada tipo de uva, de forma clara e pura.
Dos 36 milhões de litros de Pisco produzidos no Chile anualmente, apenas 400 mil litros são exportados, cerca de 1,1%, a grande demanda por Pisco chileno vem do consumo interno.